13 de maio de 2008

Scout 13

Por vezes há determinadas situações que nos fazem sentir (e relembrar) o que é isto de 'fraternidade escutista'. O episódio que se passou com a nossa embarcação Scout 13 é prova disso.
Depois de um 'viranço' que culminou na perda do casco da embarcação durante uma actividade náutica da Flotilha D. Carlos I, no passado dia 10 de Maio, a mesma viria a ser resgatada pelo Sr. Adelino Ramusga, pescador de Alhandra, que logo se deslocou à Capitania de Vila Franca de Xira para participar a ocorrência.

Mas esta breve descrição do que aconteceu nesse dia não é relato honesto e completo do esforço, dedicação, carinho e amizade, que a todos nos une na tal fraternidade escutista que vivemos todos os dias. Por isso aqui fica o testemunho de alguém que viu o nosso 'Chumbinho' ir ao fundo e ter que o deixar partir quando o importante era salvaguardar os elementos.
Obrigado Margarida.

No passado dia 10 de Maio a Flotilha D. Carlos I foi fazer a sua actividade náutica para o Rio Tejo. Depois de remarmos um bocado, porque a maré estava vazia e foi complicado entrar no rio, almoçámos e finalmente içámos as velas para começar a velejar. Mas o vento começou a ameaçar e ficou cada vez mais forte, as ondas cresceram e os moços assustaram-se... O chumbinho virou... Depois de todos os moços a salvo no bote, começou a luta que parecia não ter fim para tentar salvar o nosso scout... Quanto mais água saía, mais água entrava de novo... A água entrou para os flutuadores, e o chumbinho estava cada vez mais pesado... Virou vezes sem fim, já não conseguia flutuar. Conseguimos desaparelhará-lo dentro de água, tentámos rebocá-lo, tentámos pô-lo em cima do bote... tudo em vão... o cansaço era cada vez maior... tinhamos de o deixar... O mais importante era chegarmos a terra sãos e salvos... Mas era tão difícil deixar para trás aquele que foi o primeiro scout do agrupamento... Nada a fazer... amarrámo-lo a uma bóia de salvação e fomos para terra. À chegada vimos os nossos irmãos escutas à nossa espera para nos ajudarem e tentarem ir buscar o scout. Que reconfortante foi ver que estávamos todos juntos! Estávamos todos bem, mas não encontrámos o chumbinho. Voltámos para a base, tinhamos leite com chocolate quente à nossa espera... Mais uma vez, o conforto de sentir que acima de tudo está esta grande amizade que nos une. Dois dias depois, no dia 12 de Maio, o Brito recebeu um telefonema... Era da capitania do porto de Lisboa. O chumbinho tinha sido encontrado e resgatado por um pescador em Alhandra! Esta história narra a aventura, o susto, a coragem, a tristeza, a amizade, a esperança e a fé! Sabemos que unidos somos mais fortes, e apoiamo-nos uns aos outros! E como recompensa recebemos o chumbinho de volta... obrigada...

Golfinho Sorridente (Margarida Gil)


E foi assim que o encontrámos (o Joyce e o Fernando Lima), na margem da praia do Bairro dos Pescadores de Alhandra, depois de resgatado pelo Sr. Adelino. Um grande Bravo para o Sr. Adelino.

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